terça-feira, 19 de junho de 2012

Martírio


Em diversas ocasiões pudemos refletir acerca da santidade de vida.  Hoje chego a uma das formas de santidade, a da daqueles que entregam a sua própria vida pela Evangelização, aqueles que preferiram morrer a renunciar a sua fé.  A palavra mártir vem do grego “martys”, “martyros” que significa testemunha. Ou seja, é o amor a Jesus Cristo, é ter a fé cristã professada e vivida como algo mais importante do que a própria vida, estando disposto a doá-la inteiramente, até o sangue, para não renegar a fé. E muitos dos mártires foram provados nisso. Eles eram obrigados ao preço da própria vida a renegarem a Fé Cristã ou a simular a rejeição da doutrina cristã para preservar a vida.
Porém, foram fiéis a palavra da Sagrada Escritura que diz que “Aqueles que quiserem salvar a sua vida perde-la-à, mas, aqueles que perderem suas vidas por causa do meu nome, a salvará” (Lucas, 9, 24).  Foi um misto de coragem e ousadia, como vemos na história de muitos deles, mas que para ilustrar trago a tona apenas uma, a de São Policarpo, ele que foi Discípulo do apóstolo João, e fora feito bispo de Esmirna,uma das mais importantes comunidades cristãs.
                “Em Esmirna (Turquia), no ano 155, a intolerância manifestou-se com o martírio do bispo Policarpo, provocado pela multidão enfurecida. O magistrado Herodes procedeu à prisão do bispo que, entretanto tinha deixado a cidade. Mandou-o levar ao estádio onde procurou convencê-lo a renegar a fé:
    - Pensa na tua idade e jura pelo gênio de César, convencer-te uma vez por todas a gritar a morte dos ateus.
    - Sim, morram os ateus!
   
- Jura e coloco-te em liberdade; amaldiçoa o Cristo.
    - Faz 86 anos que o sirvo, e ele nada fez de errado para comigo; como posso blasfemar contra o meu Rei e Salvador?
   
- Tenho prontas as feras; se não mudas de idéia lanço-te a elas.
    - Chama-as! Nós cristãos não admitimos que se mude, passando do bem ao mal, mas acreditamos que é preciso converter-nos do pecado à justiça.
    - Se não te importam as feras e se continuas a ter a mesma idéia fixa farei com que sejas consumido pelo fogo.
    - Ameaças-me com um fogo que queima por pouco e depois se apaga; vê-se que não conheces aquele do juízo futuro, da pena eterna reservada aos ímpios. Porque queres ser condescendente? Faz o que quiseres.
   
Dizia isso com coragem e serenidade, irradiando tal graça do seu rosto, que nem parecia que fosse ele o processado, mas sim o Procônsul. Quando a fogueira foi preparada, amarraram-no com as mãos às costas, como um carneiro de um grande rebanho escolhido para o sacrifício, holocausto aceito por Deus. Elevando os olhos, ele rezou:
- Eu te bendigo Senhor Deus onipotente, porque me fizeste digno deste dia e desta hora, de ser enumerado entre os mártires, de compartilhar o cálice do teu Cristo, para ressuscitar à vida eterna da alma e do corpo na incorruptibilidade do Espírito Santo.
               
Concluída a oração, a fogueira foi acesa; as chamas, porém, dobrando-se em forma de abóbada, como se fosse uma vela inchada pelo vento, circundou o corpo do mártir como um muro. Estava no meio não como corpo que queima, mas como pão que se doura assando ou como ouro e prata que são refinados no cadinho; sentiu-se um perfume como de incenso ou outro aroma precioso. Afinal, um carnífice matou-o com a espada.”
Portanto é um testemunho que vai até a morte se necessário. Para que a Igreja declare oficialmente que alguém é mártir da fé, são feitas pesquisas a respeito da verdadeira causa da morte que necessariamente deve ter como causa a defesa da fé; a livre aceitação da morte; graças ou milagres obtidos por intercessão do (a) servo (a) de Deus. O sangue dos mártires continua a ser semente de novos cristãos, e será até a volta do Senhor.
Por isso devemos contar sempre com a intercessão desses santos mártires e com seus exemplos de fé e de amor a Cristo e sua igreja. Devemos a riqueza da história de cada um deles!
Todos os santos e santas de Deus: Rogai por nós!

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