Estamos no período do Advento que é a preparação da chegada Daquele que nascerá em nosso meio, para nos salvar. A verdadeira preparação para a vinda do Senhor que escolheu chegar a nós nascendo de uma virgem da Cidade de Nazaré na Galiléia, chamada Maria. O nascimento de Jesus em matéria humana faz perceber o quão sagrado é o Ser humano. Em primeiro lugar jamais se conceberia que o próprio Deus se faria “algo” que não fosse digno de Sua divindade, seria um contra censo pensar assim. Em segundo plano, vemos em várias passagens nas Escrituras Sagradas que fazem referência a este valor incomensurável da Vida humana como lemos em 1º Coríntios 6,19: “...não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus...”. A nossa humanidade, portanto, não só é valorada porque Deus quis se fazer homem para chegar ao mundo, mas, porque o meu corpo e o seu corpo, caro leitor, é morada do Espírito. E mais, a importância que cada um de nós tem foi plano de Deus antes mesmo fossemos criados. Na Criação “Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança.’” E depois de ter realizado a criação do homem e a mulher e de ter abençoado “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”.
Essa grande certeza podemos ter: somos preciosos aos olhos de Deus. Os questionamentos acerca do sentido da vida sempre estiveram presentes na história humana. Na ótica do Evangelho, portanto, a vida humana possui um valor inestimável por si mesma. Aliás, os próprios escritos dos Evangelhos relatam que para preservar a vida humana Deus não coloca limites, ao ponto de entregar seu Filho único a Cruz para nos Salvar. Pergunto diante disso: a sua vida vale mais que a do Filho único de Deus? Para Deus não há esse limite.
É por entender essa dinâmica do valor de sua vida que Paulo sabiamente expressou essas palavras aos Gálatas: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.”(Gl 2, 20). Passo a entender, como São Paulo, minha vida só terá o verdadeiro valor se souber viver voltado para Aquele que maior valor dá a ela: Deus.
É expressivo o número de pessoas que adoecem, morrem, ficam deprimidos por não serem valorizadas por outras pessoas, no trabalho, em casa e na vida. Sabemos que a falta de reconhecimento do valor que tentamos infrutuosamente exprimir muitas das vezes são sementes de grandes revoltas em nossa vida. Percebamos que ninguém no mundo vai valorizar aquilo que nós somos, se nós mesmos não reconhecermos os valor que temos. Somos imagem e semelhança de Deus, templo do Espírito Santo, quando participamos da Comunhão Eucarística nos tornamos verdadeiros Tabernáculos onde Jesus habita, Jesus morreu por nós. Esse é o nosso maior valor: o divino está sempre para nós, por nós e conosco. E Deus não coloca limites no valor da nossa vida. A história da Salvação é prova disso.
Queremos que respeitem o valor que tenho como pessoa humana? Não espere pelo mundo, pelas pessoas. Devemos começar por nós mesmos a valorizar isso! Porque Deus já faz a Sua parte.
Feliz Natal e que em 2011 a nossa meta seja viver na medida do valor que o Divino nos dá na sua infinitude.
Adriano Ribeiro
(Artigo escrito para o Jornal Conexão da Fé da Paróquia Sagrada Família do Mendanha)
(Artigo escrito para o Jornal Conexão da Fé da Paróquia Sagrada Família do Mendanha)
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