Religiosidade
(3ª parte) A riqueza do Cristianismo: "Sede santos, assim como vosso Pai
celeste é santo". (Mt 5, 48)
Prosseguindo em nossa reflexão
sobre alguns aspectos da Religiosidade trataremos, aproveitando a ocasião da
Beatificação do Papa João Paulo II, do riquíssimo processo de Beatificação e de
Canonização para que seja reconhecido que aquele indivíduo em questão como mais
um santo e apresentá-lo a todos os fiéis.
As
etapas do processo – Consta de três etapas:
1.
Servo de Deus. Com a liberação (“Nihil Obstatt”) da Congregação dos Santos
permitindo abrir o processo, o candidato
aos altares recebe o título de “Servo de Deus”.
2.
Beatificação: É cerimônia de comprovação, em Roma, da vida, da heroicidade das
virtudes, da fama de santidade e de um milagre, sob a intercessão do Servo de
Deus.
3.
Canonização: É a cerimônia de comprovação, em Roma, do segundo milagre
O processo se inicia com a
convicção popular e da Igreja de que o
candidato levou uma vida “sagrada”, que somente 5 anos após a morte do candidato
pode iniciar o processo de beatificação.
No caso do Papa João Paulo II foi aberto uma exceção pelo Papa Bento XVI
para que o processo se iniciasse antes dos 5 anos, da mesma forma que aconteceu
com o processo da Madre Teresa de Calcutá, hoje também Beata Teresa, que o Papa
João Paulo II autorizou o início antes deste prazo.
A primeira fase do processo de
Beatificação é diocesano, local onde morreu o servo de Deus, nela os
investigadores (peritos em teologia) investigam documentos, escritos, e
testemunhos de pessoas que conviveram com o candidato, ouviram-no ou
viram-no. Recolhem-se todos os
documentos que sejam suficientes para provar a existência da fama de santidade
e o exercício heróico das virtudes cristãs, e envia-os para a Congregação das
Causas do Santos, no Vaticano, onde três comissões: Histórica, Teológica e
Congregação dos Cardeais que aprovam ou não a continuidade do processo.
Aprovando-se, aguarda-se o milagre. Pelo menos um milagre póstumo precisa de
comprovação, para se Beatificar o Servo de Deus.
Podemos dizer que Milagre é um
fato que não tem explicação pelas leis da natureza, que por intercessão do
Servo de Deus foi realizado pelo próprio Deus, normalmente é uma cura de uma
doença de forma rápida, permanente e inexplicável pela medicina. A cura é
analisada pela comissão de médicos do próprio país, que encaminham o parecer
para o Vaticano. No Vaticano o caso é
analisado por outra comissão de 5 médicos com o objetivo de ver se há ou não
explicação científica para este fato. O
processo é sigiloso, um perito não sabe do parecer do outro e sequer sabe quem
são os demais peritos. Se
não houver explicação Científica, fica comprovado o milagre, seguindo-se então
para Beatificação do Servo de Deus que é proclamado Beato.
O Beato é venerado por um grupo
de fiéis. É o primeiro grande passo para a santidade (Canonização). Para ser declarado santo, mais um milagre
póstumo precisa ser comprovado, o processo de comprovação se dá da mesma forma
do ocorrido na Beatificação. A
Canonização torna possível o culto pela Igreja Universal, e se proclama que
aquele Servo de Deus, encontra-se na glória de Deus, por nós intercedendo,
sendo para nós como um fiel modelo de vida cristã.
Como vemos, é um processo
criterioso, científico e que não nos deixa dúvidas: a santidade é possível e os
santos até hoje declarados como tal pela Santa Igreja são os grandes exemplos
que podemos seguir. Pois, estes foram
capazes de abraçar a fé cristã de maneira corajosa e fiel, vivendo como
verdadeiros amigos de Deus. Façamos o mesmo
e desde já contando com a intercessão do Beato João Paulo II e de todos os
santos e santas de Deus.
Rogai
por nós!